A virtude da pureza:
Para se guardar a pureza é preciso também mortificação os sentidos, sobretudo os olhos. Jó, o justo, fez um pacto com seus olhos para não olhar para as moças e assim se manteve casto. Disse de São Luiz Gonzaga, que após passar um tempo na corte na Espanha ele não conseguia distinguir visualmente a rainha da Espanha das outras mulheres, pois jamais havia levantado os seus olhos para vê-las.
Sem chegar talvez a tanto, devemos mortificar os nossos olhos, evitar a vã curiosidade, mortificar a curiosidade mesmo no que é lícito, para mais facilmente vencermos aquilo que é ilícito, mortificar nossa imaginação e nossa memória, controlando-as, ordenando-as, não as deixando passar por esses pensamentos impuros.
É preciso evitar também as ocasiões de pecado, isto é, os ambientes, as pessoas, as coisas, as circunstâncias que podem levar a pecados contra a castidade.
Muito cuidado é necessário em particular no namoro ou no noivado. O primeiro ponto é começar a namorar quando houver realmente a possibilidade de casar dentro de 2 anos, pouco mais ou menos, que é tempo suficiente para conhecer a alma do outro.
Essa real possibilidade de casar exige, é claro, a maturidade espiritual, a maturidade humana, também para formar uma família e os meios materiais suficientes para começar uma família.
Namorados e noivos devem estar sempre em locais com outras pessoas de boa consciência que lhes impeçam de cometer pecados contra a castidade. Devem, por exemplo, evitar andar de carro sozinhos, como aconselham tantos padres sérios. É uma ocasião particularmente perigosa. Bastaria, como ensina a Igreja, um beijo apaixonado para haver um pecado grave. Não se devem passar de dar as mãos e com moderação.
Os pecados contra a pureza prejudicam também o correto juízo que se deve fazer da alma do outro, de suas qualidades e defeitos, a fim de saber se é possível ou não viver uma vida inteira com a pessoa. Levada pelos sentimentos a pessoa terá um julgamento errôneo.
📕Sermão do Pe Daniel Pinheiro - O mal da impureza, a virtude da castidade e como praticá-la. (2018).
🖼Pintura: Erik Henningsen.